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Ficção Distópica

Written By Fithoslusec on 21 de jan. de 2014 | 14:17:00


Em geral, a ficção distópica retrata um mundo sombrio em que basicamente não há esperança para nada. a distopia não é um lugar divertido para viver: As pessoas são oprimidas, desumanizadas e aterrorizadas. normalmente o governo é altamente centralizado e totalitário. A Trilogia Jogos Vorazes é um exemplo de ficção distópica que se encaixa em tudo isso. 


Historicamente, os romances distópicos são um tipo de acusação contra tendências sociais assustadoras. Os autores tentam nos alertar de que o nosso futuro será terrível se essas tendências persistirem.
Talvez um dos primeiros romances distópicos tenha sido Nós lançado em 1921, por Yevgeny Zamyatin, que tratava de uma ordem social opressiva somada a uma força terrorista e à eliminação de qualquer individualidade.
Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, difere um pouco de Nós e de 1984, pois mostra os resultados opressivos da lavagem cerebral, da fé cega no governo e na tecnologia e da redução consciente por parte do governo da liberdade intelectual e individuais dois cidadãos.
Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, é outro clássico distópico, muito semelhante a Admirável Mundo Novo e ao qual Suzanne Collins faz referências em A Esperança quando coloca Katniss no esquadrão 451.
A principal diferença entre as três obras é que Admirável Mundo Novo nos mostra um estado Mundial sem qualquer guerra, mas com muita estabilidade social reprimida. Em 1984 e Fahrenheit 451 as coisas são bem diferentes: todo mundo tem medo de ataques inimigos e de guerra, além de tortura e privação serem comuns. No mundo de Jogos Vorazes, enquanto as pessoas não se preocupam com os ataques do inimigo e a guerra, acabam se atentando constantemente com torturas, fomes e o medo de serem selecionadas para participar dos Jogos.
A ideia central em Fahreineit 451 é que as pessoas já não se lembram da história porque o governo a apagou através da tecnologia. As pessoas assistem a televisão em vez de conversar e se divertir com amigos. Elas acreditam em tudo o que o governo joga na televisão e já não têm ideia do que é real e o que não é.
No mundo dos Jogos Vorazes, as pessoas não recordam mais o que causou o apocalipse, e sim (graças a toda a propaganda do governo na televisão) por que estão sendo oprimidos. Eles sabem muito pouco sobre os Dias Sombrios. No entanto, quando são submetidos a táticas de tortura do governo, não conseguem distinguir o que é real. Peeta, claro é o principal exemplo desse problema.
Tanto em Fahrenheit 451 quanto na Trilogia Jogos Vorazes, o fluxo livre de informações é totalmente censurado, portanto as pessoas não sabem o que está acontecendo. No mundo de Katniss, ninguém sabe realmente o que acontece nos outros distritos, na verdade eles nem sequer sabem que o Distrito 13 ainda existe. Quando Rue conta a Katniss sobre as duras condições de vida e punições no distrito 11, Katniss pensa sobre quão pouco ela sabe sobre pessoas de fora do Distrito 12 e que "mesmo que a informação pareça inofensiva, eles não querem que as pessoas em diferentes Distritos saibam coisas uns dos outros" (Jogos Vorazes, por volta da página 200).
É interessante notar que, tanto na Trilogia dos Jogos Vorazes quanto em Admirável Mundo Novo, a religião não existe mais. Quando seus filhos são selecionados para os Jogos os pais não caem de joelhos e lamentam a Deus. Quando Katniss está em seus momentos mais sombrios, deprimidos e com tendências suicidas, em que é forçada a matar outras crianças e imagina se Peeta vai sobreviver ao ferimento na perna e a consequente infecção, ela imagina se sua irmã vai sobreviver e sobre muitas outras preocupações em vez de orar a Deus. É como se toda a religião tivesse desaparecido de Panem. Em Admirável Mundo Novo, a religião é um tabu e as pessoas não podem fazer muito mais do que produzir coisas e comprá-las. E mais, a meta do governo, além de comandar a todos com mão de ferro, é manter todos calmos e controlados, "felizes" como se estivessem tomando tranquilizantes. Os líderes de Panem claramente não estão interessados na felicidade dos seus cidadãos, mesmo que essa seja falsa.
Muitas vezes, em vez de ser usado o termo "distopia" para descrever Admirável Mundo Novo, o livro é considerado uma ficção utópica. As pessoas sofrem tamanha  lavagem cerebral e são tão controladas que nem sabem que estão sendo oprimidas. Claro, eles não têm nenhuma religião, arte ou ciência, mas por acaso sabem o que estão perdendo? Não.
Além de não terem religião, o povo oprimido dos Distritos não desfruta de música, arte, poesia, dança ou esportes organizados, muito menos esforços intelectuais que envolvem ciência, história etc. Eles são sufocados completamente. As habilidades artísticas de Peeta surgem de suas experiências como padeiro. Somente depois de vencer os Jogos, Katniss é incentivada a desenhar roupas. apesar de Rue amar a música, especialmente o canto de aves, ela não toca nenhum instrumento musical, não tem contato com sinfonias, coros ou óperas. Pelo que vemos, em termos de música, existem apenas algumas melodias simples e músicas do campo. A cultura é totalmente apagada, mas a beleza dessas melodias simples perdura e oferece pequenos vislumbres de esperança e de uma vida diferente.
Beetee, o inventor, cria um chip musical minúsculos que contém horas de músicas, mas claramente o povo do distrito 12 nunca vai passear ouvindo-as, então provavelmente o chip se destina aos cidadãos da Capital. Estes poucos sortudos têm acesso à música, design e arte. Eles vivem para o entretenimento. Mas as massas oprimidas são possuem nada.
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