Das profundezas

A água é seu elemento, é o que o torna invencível. Senhor das profundezas, olha para o infinito e nunca vê horizonte. Todas as criaturas marinhas obedecem a seu comando.

Quando vem à superfície, voa veloz com seus pés alados. Netuno e Mercúrio.

Muitas guerras depois, perdeu a memória quando suas histórias pararam de ser contadas. Exilado de seu povo submerso, quase deixou de existir.

Namor, o príncipe submarino, é a criatura mais solitária do planeta. Só ele conhece os mistérios e segredos do oceano profundo, porém vaga pelos sete mares sem jamais encontrar alguém de sua raça, qualquer sobrevivente de seu povo dizimado.

Por conta de algum episódio incerto, da catástrofe que destruiu a civilização atlante, o monarca jurou vingança contra a humanidade.

Nessa luta desigual, o anti-herói às vezes fraqueja. Rei apenas de si mesmo, apaixona-se por Sue Storm, a mulher invisível, a única pessoa que reconhece seu drama e sua nobreza. Por ela, para ela, com ela, Namor construíra uma concha, uma bolha no fundo do oceano, e fundaria um novo reino, desistindo de sua luta vã contra a espécie humana.

Mas sue voltará sempre para os braços elásticos e as terras firmes de seu outro amor, pelo menos enquanto os inesperados desígnios do destino e o eterno movimento das ondas e das marés não trouxerem à tona o sentimento impossível que flutua oculto nos abismos marinhos por onde vaga, sem rumo, o príncipe desencantado.