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Detachment - Indiferência

Written By Fithoslusec on 24 de jul. de 2012 | 16:11:00


Detachment é um filme do gênero drama, estrelado por Adrien Brody interpretado como o professor Henry Barthes. O filme é uma crônica de três semanas nas vidas de vários professores do ensino médio, administradores e estudantes através dos olhos do professor substituto Henry Barthes.
O diretor Tony Kaye que já trabalhou com o tema da violência juvenil no maravilhoso “A Outra História Americana”, agora foca seu trabalho na vida de um professor substituto que assume a pior classe de uma escola mal freqüentada.
Nos primeiros vinte minutos já notamos um roteiro que tenta de todas as maneiras fugir dos clichês, dando grande ênfase à vida pessoal dos professores, suas dores, emoções, raivas e problemas familiares advindos do estresse das salas de aula. Kaye utiliza a abordagem pseudodocumentário, têm cenas que Adrien Brody se dirige ao público e expõe determinado assunto. Outro recurso é a animação, onde o quadro negro e o giz formam ligeiros desenhos, e também há rápidas passagens sobre a infância do personagem principal.
Henry usa o método de ensino dos conhecimentos vitais para seus alunos temporários, no entanto, é interrompido pela chegada de três mulheres em sua vida.Uma estudante do primeiro período, uma professora, e uma prostituta de rua, a quem Henry concede abrigo. Após a sua entrada em uma escola, um mundo secreto de emoção é despertado dentro de si.



Detachment é um filme comovente. O modo como a obra retrata os dramas vividos por professores e alunos dentro e fora da escola chega a tocar o mais indiferente dos espectadores.
O longa dirigido por Tony Kaye traz nomes bastante conhecidos pelo público, como Adrien Brody (O Pianista) e Lucy Liu (As Panteras Detonando). O primeiro interpreta um professor substituto que “pula” de escola em escola dando lições de inglês e literatura. A segunda faz uma conselheira, uma espécie de orientadora pedagógica.
Detachment mostra Adrien Brody como um cara problemático que surge como professor substituto. Henry Barthes, o personagem de Brody, é um sujeito que a todo custo insiste em acreditar no papel da escola, do professor e da educação. A todo custo porque vemos que a sua vida, bem como a de seus colegas de profissão, não é nada fácil. Aos problemas enfrentados em sala de aula vêm se juntar aqueles vivenciados fora desta. Com o passar do tempo ele se torna um modelo para o corpo docente da escola, acaba por descobrir que não é a única alma perdida lutando para encontrar um significado neste mundo. Sua própria aparência tais como: seu nariz torto, sua estrutura óssea meio deformada e rosto pálido transmitem bem a dor que ele suporta. De certa forma, ele representa aquele professor presente em toda escola pública à beira do colapso cheio de boas intenções, mas oprimido pela vergonha, culpa e burocracia. Ele testemunhou sua mãe cometer suicídio quando tinha apenas sete anos de idade, e seu avô passou então a criá-lo. Começa a sentir que havia algo desagradável no relacionamento do seu avô com sua mãe que ele nunca fui capaz de descobrir. Uma vez que seu avô sucumbe à demência, ele sente o dever de mostrar-lhe um pouco de perdão. Enquanto isso, se vê como a semente podre de um ambiente tóxico e se coloca em situações em que possa ajudar os outros. Ele é incapaz de perdoar a si mesmo, enquanto se recusa a permitir que qualquer coisa (boa, ruim ou indiferente) possa se tornar um elemento permanente em sua vida. É estranho ver um personagem tão psicologicamente e moralmente complexo retratado num filme sobre questões ambientada em uma escola. É Brody é o tipo certo de ator para atravessar esse campo minado emocional cuidadosamente.








A escola em que Barthes trabalha é apresentada de modo a dar a impressão de que se trata de um ambiente seco, sombrio, marcado pela “indiferença” (Detachment, em inglês) do título. Como ele coloca, muitos alunos acreditam que os professores dali não têm nada para lhes ensinar; já os professores, como fica evidente na conversa entre a personagem de Liu e um dos docentes mais antigos da instituição, ressentem-se do fato de que por mais que o professor faça, não recebe um “muito obrigado”.

Detachment pode ter alguns momentos extremamente dramáticos, mas com a inspirada direção de Kaye e a grande atuação de Brody, é um exame real do sistema de escolas públicas através de um filme poderoso que além de acordar muita gente para esse problema, traz Tony Kaye de volta.
Na Europa, a persona de Kaye é bastante celebrada, mas em Hollywood ele foi submetido à uma espécie de lista negra. Desde então, fez alguns documentários, incluindo um aparentemente instigante sobre aborto que tenho um certo medo de assistir, intitulado Lake of Fire, além de Black Water Transit, que ainda não vi. E em 2012, contra todas as probabilidades, calmamente surge o seu mais recente filme, Detachment.
Barthes, podemos ver, é alguém que procura “estourar” a bolha de indiferença ao seu redor. Ele crê que educar significa também ajudar o outro a acreditar em si, a não perder o encanto.
"Detachment" tem valor por levanta a voz para que o espectador tome partido e se envolva nos problemas educacionais, um dos que mais afetam a sociedade como um todo.
No mais, o filme é uma ótima ferramenta para se discutir o trabalho do professor. Nesses tempos de protestos por mais respeito para com os docentes, a obra de Kaye acerta em cheio ao mostrar os vários desgostos que afetam a vida daqueles que já foram chamados de “heróis”, mas que nunca foram tratados como tais, pelo menos no Brasil.

Assista o Trailer
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