O que quero ser quando eu crescer
Quando eu era pequena, eu pegava um quadro negro que eu tinha e ficava dando aula para alguém que não existia. Não fisicamente. Mas na minha imaginação, meus alunos estavam sentados ali. E eu sonhava em ter um quadro enorme com um monte de giz colorido para dar aulas. Sonhava ser professora.
Seria a professora mais legal do mundo. Mas mudei de ideia.
O tempo passou e percebi o quanto eu amo animais. E que tal ser veterinária? Mas como? Meu estômago brigaria feio comigo. Sangue, definitivamente, não poderia fazer parte da minha profissão.
O tempo passou e naquela fase de pré-adolescência, eu vivia questionando. ‘’Isso não é justo!’’ era o que eu dizia quando via algo de errado no colégio. E sempre falava o que eu queria. Houve uma época que meu professor estava dando aula e eu critiquei duramente o que acontecia na cidade. Ele e minhas amigas disseram que eu não poderia continuar falando.
E viva a censura em pleno século XXI! Mesmo ele sabendo que eu estava certa, ele preferiu que eu não falasse porque poderia prejudicar. Política, meu caro. E com esse meu jeito de defender os pobres e oprimidos, os professores me falavam que eu deveria ser advogada. Todos diziam que eu levava jeito pra isso. E não é que é verdade? Pensei por um tempo. Desisti. Tornei a pensar, mas desisti… de novo.
Quis ser estilista. Que legal! Mas odeio matemática, geometria e seus semelhantes.
Quis ser cantora, me imaginava nos palcos, mas não tenho voz para ser cantor. Então quis ser atriz. Até pensei em entrar em um curso de teatro, mas não rolou. Então, já no ensino médio, quis estudar química. E lá fui eu, mas uma vez, e entrei no segundo ano fazendo técnico de química. Queria ser perita. Mas, como não consigo ver muito sangue de uma vez e corpo esfolado, não rolava. Eu sei que o perito analisa a cena de um crime e coisa e tal, mas antes de chegar lá, ele vai ver a pessoa que foi morta e isso me assusta. Então, decidi que eu faria engenharia química. Me imaginei diversas vezes fazendo meus próprios cosméticos. Mas, quando entrei e fiquei uns meses, tive uma enorme depressão, virei a turista da sala de aula e vi que não era aquilo que eu queria.
Em 2010, resolvi fazer turismo. Nossa. Eu amo conhecer lugares novos, amo estudar outras línguas, então por que não? E lá fui eu, mas uma vez.
Fiquei um dia. Não me senti bem na sala e esqueci essa ideia, nada genial, de ser guia turística. Sai. No mesmo ano fui fazer publicidade e propaganda. Não tinha jornalismo, então foi isso mesmo. Lembrando que eu só entrava em ensino médio com curso técnico. Acho que fiquei, no máximo, umas duas semanas no curso e já tinha trabalho pra fazer. Não que isso fosse o problema, mas não era o que eu queria fazer para o resto da minha vida. Queria usar minha criatividade em outra área. Então sai.
Amo maquiagem, fotografia e escrever. Então por que eu não posso ser jornalista/escritora e nas horas vagas maquiar alguém para eu fotografar? E, finalmente, decidi que é isso que eu quero para o resto da minha vida.
Hoje, aos 19 anos, resolvi que a faculdade de Jornalismo tem tudo o que eu gosto e desejo. Amo escrever. Escrever me faz bem. Faz bem pra alma. Me sinto a melhor pessoa do mundo quando estou escrevendo. É maravilhosa a capacidade que um escritor tem de transformar o real e o surreal em palavras. É incrível poder criar outro mundo. Poder criar pessoas novas; histórias.
E é isso que eu quero morrer fazendo. Então, em breve, quando eu organizar de vez a minha vida, vai ser isso que vou fazer e eu não vejo a hora. Já fui até na faculdade vê como funciona e isso só me deu mais certeza.
É totalmente normal ter essa confusão e não saber o que queremos ser. É engraçado ter pensamentos como ‘’Ai meu Deus! Eu não vou ser ninguém’’.
Tá. Agora é engraçado, na hora não. Mas é isso. Eu vou ser o que quero ser quando eu crescer. Ah! Mas eu já cresci. Não tem problema, a gente cresce a vida toda.
— Jessie Kurth
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