Uma década depois de derrotar o monstro Kraken, o heróico Perseu (Sam Worthington) tenta levar uma vida calma como pescador e criar sozinho o filho Helius. Quando Hades decide aliar-se a Ares (Edgar Ramírez) e fazer um acordo com Cronos, Perseu tem de deixar de lado as suas pretensões e voltar a participar na luta dos deuses.
A Grécia Antiga tem grande influência em toda a sociedade ocidental. Recentemente, o cinema e outros meios se utilizam da mitologia grega, com algumas liberdades narrativas, para contar novas histórias. O mais recente exemplo da tendência helenística é “Fúria de Titãs 2”, filme que estreia nesta sexta-feira (30).
Depois da primeira aventura, Perseu (Sam Worthington, de “À Beira do Abismo”) decide largar a espada e viver como pescador. Sua esposa morreu e resta a ele apenas a tarefa de cuidar de Hélio (John Bell, que estará em “Battleship”), seu filho. Contudo, uma crise no Olimpo impedirá que o herói concretize seus planos.
Como os humanos abandonaram os deuses, o poder dos imortais está enfraquecido. Com isso, as estruturas do Tártaro, o submundo onde estão as almas dos mortos, não são mais capazes de conter os monstros que também estão presos ali. Zeus (Liam Neeson, de “Desconhecido”) pede que seu filho Perseu o ajude a restaurar a paz antes que o titã Cronos desperte.
Na mitologia grega, o trabalho de Perseu era derrotar a medusa e salvar Andrômeda, o que aconteceu no primeiro filme. Para que uma franquia cinematográfica fosse possível, foi inventada essa nova aventura para o semideus. Agora Andrômeda (Rosamund Pike, de “O Retorno de Johnny English”) é rainha e liderá exércitos de humanos na guerra contra as criaturas que escapam do submundo
Para criar alívio cômico, Agenor (Toby Kebbell, de “Cavalo de Guerra”) foi promovido de rei de Tiro (como está no mito) a semideus, filho de Poseidon (Danny Huston, de “Robin Hood”). Segundo o roteiro de “Fúria de Titãs 2”, Agenor conhece o caminho até Hefesto (Bill Nighy, de “Harry Potter e as Relíquias da Morte”), deus dos ferreiros que foi banido do Olimpo. Hefesto construiu o Tártaro e conduzirá Perseu até lá.
Para chegar até seu objetivo final, Perseu passará por conflitos que originalmente são de outros mitos gregos. No filme, o Labirinto do Minotauro foi deslocado de Creta para dentro do Tártaro. Na história original, o monstro é derrotado por Teseu, como foi mostrado em “Imortais” em um dos poucos pontos de fidelidade do filme com a mitologia grega.
A aglutinação de vários mitos em um mesmo enredo se deu de forma mais orgânica e fiel no videogame, com a série "God of War". Kratos usa artefatos de vários personagens mitológicos, como as asas de Ícaro, mas todos são apresentados ao jogador de forma mais próxima dos mitos originais.
Vilão injustiçado
O caso de Hades, deus do submundo do Tártaro, é recorrente. Ele é frequentemente retratado nessas releituras atuais como um vilão. Na mitologia, ele é o guardião das almas, mas por causa da sua ligação com a morte é visto pelas novas produções como uma figura maligna.
Em “Fúria de Titãs 2”, Hades (Ralph Fiennes, de “O Leitor”) tem um plano para destruir Zeus que coloca em risco a humanidade. No livro e na adaptação cinematográfica de “Percy Jackson e o Ladrão de Raios”, Hades (dessa vez interpretado por Steve Coogan, de “Os Outros Caras”) também é malvado. Ele quer controlar os raios de Zeus (Sean Bean, de “Game of Thrones”), além de manter a mãe do protagonista presa no submundo.
No final das contas, apesar de usar a mitologia como pano de fundo, “Fúria de Titãs 2” (assim como "Percy Jackson") não é voltado para estudiosos da cultura helenística. O filme é pensado para uma platéia jovem, interessada em efeitos visuais e cenas que exploram a projeção em 3D. A fascinação que a mitologia grega ainda causa é um pretexto para a aventura.
Créditos do texto: Edu Fernandes - Cinema UOL
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