Mais veloz que o tempo

Parece que os relógios estão sempre fora de hora. Lento e meticuloso, o investigador Barry Allen vive constantemente atrasado para seus compromissos. Até o dia em que sofre um acidente exótico. É atingido por um coquetel de substâncias químicas liberadas por um raio, e adquire supervelocidade. Com isso, pode atingir outras dimensões ou atravessar paredes, bastando vibrar os átomos de seu corpo na frequência certa para deslizar entre as moléculas de qualquer obstáculo.
Graças ao seu estranho e raro poder, ele irá desafiar o tempo e as leis da física, aparecendo onde e quando menos se espera, transformando passados em futuros e vice-versa.

Chegando perto da velocidade da luz, seu corpo quase cessa de existir: vira energia pura. dali, o tempo se estica ao máximo e passa mais devagar, enquanto os espaços se comprimem. Parece que o resto do mundo está parado, mas é apenas uma impressão. Os movimentos alheios, dos seres e das coisas, ainda estão acontecendo, só que muito lentamente para serem percebidos por quem anda tão veloz.

Por um átimo, ele desacelera, e tenta se encaixar no breve instante de sincronia que vislumbra entre dois buracos negros, num piscar  dos olhos escuros daquela mulher de vestido vermelho que se prepara para atravessar a rua e mal se dá conta do flash instantâneo, do relâmpago, do relâmpago que acende em seu olhar, porém por um tempo que se passa tão depressa, por mais que se repita infinitas vezes, nas dobras de si mesmo e nas voltas improváveis dos elétrons que ninguém seria capaz de alcançar.